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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-65-5564-355-8
Editora: Sextante
Cada um de nós precisa do sentimento de proteção e segurança que só um lar é capaz de oferecer. É onde nos sentimos queridos, relaxados e podemos ser quem realmente somos. No mundo ideal, a casa em que fomos criados deveria ter essas características.
Porque quando crescemos em um ambiente de amor e respeito, sentimos o acolhimento de um porto seguro. E interiorizamos a busca por aceitação, convertendo-a em uma postura positiva diante da existência. Esse comportamento dos primeiros anos de vida se reflete por toda a vida.
Por meio da confiança básica, temos o apoio e a proteção para seguir adiante. Mas muitas pessoas passam por traumas na infância. Outros tiveram experiências que foram reprimidas, em um processo de autoenganação que busca apagar da memória as lembranças ruins.
Nesses casos, é muito comum notar problemas de autoestima e dúvidas quanto ao caráter do próximo, do parceiro ao chefe, passando até mesmo por familiares e novos amigos, mesmo que tenham muito apreço e carinho por essas pessoas.
Quando sua criança interior não se sente em um lar, a insegurança aparece em diversos aspectos e dificulta as relações. Acaba alimentando a esperança de que os outros devem transmitir os sentimentos de segurança, proteção e pertencimento.
E esse é um beco sem saída. Quem não tem um lar dentro de si não irá encontrá-lo no mundo exterior. É preciso trabalhar diariamente para fazer de si uma morada acolhedora.
Muitas vezes, os problemas parecem mais complicados do que realmente são. Na superfície da consciência, os obstáculos chegam a ter a aparência de serem impossíveis de solucionar.
Ao olharmos apenas para a superfície da própria consciência, até aparentam não ter alguma solução possível. Isso se dá porque é comum faltar a perspectiva correta que nos permita olharmos a nós mesmos e também aos outros.
De forma simplificada, podemos entender a personalidade humana como definida em várias partes, das infantis às adultas, dos níveis conscientes aos inconscientes. Quando as percebemos de forma mais detalhada, percebemos que a criança interior nada mais é do que uma metáfora para as partes inconscientes formadas na infância. Nosso lado emocional está diretamente ligado a isso.
Medo, dor, tristeza, raiva, alegria, felicidade e amor estão ali. Esse lado moldado nos primeiros anos de vida tem traços positivos e negativos.
E nós também temos uma espécie de adulto interior, que abrange a parte sensata e racional da mente, ou seja, os pensamentos propriamente ditos.
Quando funcionamos no modo adulto, assumimos responsabilidades, planejamos a vida, percebemos e compreendemos conexões avaliando riscos e controlando o ego infantil, que nos leva a tomar atitudes impensadas, movidos pela emoção.
Era exatamente disso que Sigmund Freud dizia. Id era o nome dado ao ego criança, enquanto o adulto era chamado apenas de ego; e superego foi o nome dado à espécie de instância moral que é um crítico interior, sempre de olho, controlando e balanceando os lados racional e emocional dentro de nós.
Nossos sentimentos nem sempre são percebidos. Crenças inconscientes, alimentadas desde os primeiros anos de vida, nos levam a pensar de forma automatizada que algumas reações são fruto de nossa livre e espontânea vontade, sem levar em consideração a bagagem carregada desde os primeiros anos de vida.
Dentro de nós, duas crianças habitam as emoções. A primeira delas é a criança-sombra, que abarca nossas crenças negativas e os sentimentos opressivos resultantes, como tristeza, medo, desamparo e raiva.
A partir daí, nascem estratégias de autoproteção, desenvolvidas para conseguir lidar com os momentos ruins. Entre as estratégias, estão o perfeccionismo, a obsessão por harmonia, a obsessão por controle, a dominação e, ainda, a agressividade.
Já a criança-sol é o oposto, e inclui as influências positivas e todos os sentimentos bons, como espontaneidade, sede de aventura, curiosidade, entrega, vitalidade, entusiasmo e alegria de viver. Trata-se de uma metáfora para a parte intacta da autoestima.
Todos nós carregamos essas duas crianças, mas algumas pessoas conseguem se influenciar mais pelo lado obscuro ou pelo perfil mais iluminado trazido desde a infância.
Não custa ressaltar que momentos ruins fazem parte de nossa vida. E é fundamental não permitir que a criança-sombra turve nossa visão, nos impedindo de notar os bons acontecimentos, as pessoas agradáveis e as experiências memoráveis que vivenciamos.
Caso contrário, nos sentiremos de castigo, em um quarto escuro, sem nenhum adulto para socorrer.
Já passamos da metade deste microbook e vale a pena deixar claro que as partes da personalidade, correspondentes à criança-sol e à criança-sombra, são desenvolvidas quase inteiramente até os 6 anos de idade.
Em nosso crescimento, os primeiros anos de vida são importantes devido à estrutura cerebral se formando, bem como as redes neurais e sinapses. É por isso que tantas experiências desse período ficam gravadas na mente, ainda que possam passar despercebidas, mas sempre marcando a personalidade.
Um bom exemplo é a maneira como os pais tratam uma criança servindo de modelo para seus relacionamentos futuros. Quantas vezes você não viu alguém repetindo as atitudes que tanto reclamava em casa, ou mesmo agindo de forma totalmente oposta, como em um processo de fuga?
Mas é evidente que não podemos levar tudo isso a ferro e fogo. Algumas pessoas conseguem discernir os pontos correspondentes a cada lado das personalidades e conseguem se desvencilhar do lado negativo que as más recordações podem gravar em nossa formação.
É fundamental entender que nossa autoestima é desenvolvida nos primeiros anos de vida, mas não é possível ser determinista, pois cada vida tem suas particularidades específicas que precisam ser compreendidas. E compreender a criança interior permite um autoconhecimento profundo sobre suas próprias aflições, habilidades e reações.
Se as experiências vividas durante a infância moldam nossa criança-sombra e a criança-sol, é compreensível haver uma preocupação de pais e de mães sobre a melhor forma de educar seus filhos, para que eles não sejam excessivamente influenciados por nenhuma delas. Nem tão negativo por um lado, tampouco sonhador e iludido demais por outro.
São muitos os livros de educação infantil ensinando as melhores maneiras de guiar as crianças em todas as fases iniciais da vida. Normalmente, eles giram em torno dos típicos conflitos parentais. Mas, para a psicologia, a criança tem incontáveis necessidades emocionais básicas, tão importantes de serem observadas quanto as fisiológicas.
Ao supri-las, os pais a ajudam a se tornar um adulto com confiança básica em si e nas pessoas ao redor. Segundo especialistas, elas não mudam ao longo da vida.
O bem-estar emocional é composto, basicamente, das necessidades de conexão, autonomia, controle e prazer. Em comum, todos os transtornos psicológicos existentes surgem a partir da violação de uma ou mais delas.
Pare e pense. Em seus momentos de maior ou de menor frustração, decepção ou mesmo a raiva, qual dessas necessidades foi a mais atingida? E quanto disso tem a ver com experiências traumáticas de seu passado? A resposta para muitos problemas pode estar aí.
Existe uma central das emoções de nossa autoestima. Ela é constituída por sua criança interior que, por sua vez, tem forte influência das crenças que você carrega.
A valorização dada internamente diz muito sobre ser querido ou não sobre as pessoas ao redor, de acordo com a percepção de cada um, por exemplo.
No fundo, tudo que nos aflige ou incomoda tem relação direta com o estado emocional vivido, nos elevando ou rebaixando, de acordo com a maneira com que lidamos com obstáculos e conquistas.
Vale ressaltar que tanto a confiança quanto a desconfiança básicas podem ser encaradas como sentimentos profundos, armazenados em nossa memória corporal. Não os sentimos de maneira consciente, mas eles são facilmente acessados em nosso dia a dia.
A confiança é mais visível em quem tem crenças positivas, ressaltadas pela criança-sol, enquanto a criança-sombra tende a nos deixar muito mais desconfiados com tudo que nos cerca. Qualquer semelhança vista em pessoas inseguras não é mera coincidência.
Tenha sempre a consciência de que não é possível ter uma vida livre de emoções, tanto as positivas quanto as negativas. Por outro lado, ser guiados apenas por elas, sem se deixar levar pelo lado racional, está bem longe de ser saudável.
Procure entender, olhando para o passado, quais acontecimentos marcaram seu inconsciente e de que forma eles ainda voltam, em forma de reações, emoções, sentimentos e pensamentos automáticos.
Faça as pazes com sua criança interior, acolhendo-a e fazendo de você mesmo um lar para o que de melhor a vida tem a lhe oferecer.
É comum ver adultos renegando o lado infantil dentro de nós. Para essa parcela das pessoas, pensar que temos uma criança interior é sinônimo de falta de seriedade e de compromisso com os assuntos mais importantes da vida. Ledo engano. Carregamos lembranças, memórias, traumas e traços da personalidade moldados desde os primeiros anos de vida.
Esta obra fez um verdadeiro raio-x para nossa compreensão sobre como esse lado, aparentemente banal, reflete, diariamente, em nossas emoções e sentimentos. Se todo conhecimento é luz, tivemos acesso a informações que vão iluminar nossos dias daqui em diante.
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Psicóloga, nasceu em Hamburgo, na Alemanha. Desde 1993, trabalha em um consultório. É especialista em fobia de compromiss... (Leia mais)
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